Responsabilidade civil do médico: o que é e por que é importante

Richard Riviere
21 de dezembro de 2023
Seta apontando para baixo.
médico analisando um documento no computador na presença de um advogado e aprendendo sobre responsabilidade civil

A responsabilidade civil do médico é uma questão de ética, confiança e, sobretudo, de segurança jurídica tanto para o profissional quanto para o paciente. 

Em um cenário onde a medicina se torna cada vez mais complexa e os pacientes estão mais informados e exigentes, entender a fundo essa responsabilidade é essencial.

No contexto atual, onde os erros médicos ganham grande visibilidade e podem ter consequências devastadoras, a responsabilidade civil do médico torna-se um pilar para a prática segura e eficaz da medicina. 

Este aspecto garante a proteção dos pacientes, e resguarda os médicos e outros profissionais de saúde de acusações injustas ou mal-entendidos.

Neste artigo, mergulharemos na essência da responsabilidade civil do médico. Vamos abordar o que exatamente ela significa, quais são suas implicações legais, e por que sua compreensão é crucial na prática médica moderna. 

Por isso, se você é um médico, enfermeiro, ou qualquer outro profissional da saúde, este artigo é especialmente para você. 

Pronto para aprofundar seus conhecimentos e fortalecer sua prática profissional? Vamos começar!

O que é responsabilidade civil do médico?

A responsabilidade civil do médico é um conceito jurídico que implica a obrigação do profissional de saúde de reparar danos causados aos pacientes durante sua atuação. 

Segundo o livro Curso de Direito Civil Brasileiro, de Maria Helena Diniz:

 “A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal.”

Nesse sentido, o conceito está fundamentado na teoria da culpa, que exige a demonstração de falha no comportamento do médico, seja por ação dolosa, negligência, imprudência ou imperícia. 

Por isso, é crucial a comprovação de culpa para que se estabeleça a responsabilidade do médico, sendo que a jurisprudência, normalmente, coloca o ônus da prova sobre o paciente, que deve demonstrar a existência de culpa no atendimento recebido. 

Além disso, a responsabilidade civil pode ser estendida para abranger os atos de toda a equipe médica. 

Ou seja, não se limita apenas ao médico individualmente, mas inclui os atos praticados por outros profissionais sob sua supervisão durante o atendimento ao paciente. 

Isso destaca a importância da gestão de equipes e da qualidade do serviço médico como um todo.

É preciso ressaltar que o campo da responsabilidade civil do médico está em constante evolução, com mudanças significativas ocorrendo nos últimos anos. 

Estas mudanças refletem novas compreensões e abordagens em relação à prática médica, à segurança do paciente e aos direitos dos consumidores no contexto da saúde.

Este tema não só é relevante para a prática médica diária, mas é um ponto crítico na formação e atualização contínua dos profissionais de saúde, demandando uma compreensão atualizada das leis que norteiam a responsabilidade civil na medicina.

O que diz a legislação sobre a responsabilidade civil do médico?

De acordo com a legislação brasileira, o médico assume a responsabilidade civil por eventuais danos causados aos pacientes em decorrência de sua prática, desde que fique comprovada a existência de culpa

Porém, antes de falar sobre a responsabilidade civil, é essencial diferenciá-la da responsabilidade penal. 

Enquanto a primeira diz respeito à reparação de danos causados a terceiros, a penal envolve ações que configuram crimes no exercício da profissão. 

Assim, em primeiro lugar, o Artigo 18 do Código Penal, afirma que existem os seguintes tipos de crimes: 

“Diz-se o crime: I- doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; II- culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”.

Por outro lado, o Código Civil, em seu artigo 1525, afirma que:

“A responsabilidade civil é independente da criminal; não se poderá, porém, questionar mais sobre a existência do fato, ou quem seja seu autor, quando estas questões se acharem decididas no crime.”

Essa distinção é fundamental para entender os aspectos legais que regem a prática médica e as implicações de cada tipo de responsabilidade.

Dessa forma, a fundamentação da responsabilidade civil do médico se apoia na teoria da culpa, exigindo, portanto, que o paciente demonstre a existência de culpa por parte do médico para a reparação do dano. 

Contudo, ela pode se estender para os atos de toda a equipe envolvida no atendimento ao paciente, destacando a importância do gerenciamento cuidadoso dos colaboradores.

Esse cenário da responsabilização tem evoluído nos últimos anos, adaptando-se às novas realidades da prática médica e às necessidades dos pacientes. 

Um exemplo é a caracterização da responsabilidade civil como objetiva em situações específicas, como nos casos de erros em procedimentos de cirurgia plástica estética. 

Nesses contextos, o médico pode ser responsabilizado independentemente da comprovação de culpa.

Como prevenir sua clínica de processos legais? 

Agora que você já sabe o que é e o que diz a legislação sobre a responsabilidade civil do médico, para minimizar o risco de processos judiciais nas clínicas de saúde, é crucial adotar uma série de medidas preventivas e boas práticas, tais como:

1. Conformidade com as Diretrizes do Conselho Federal de Medicina

Seguir estritamente as normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina é fundamental para assegurar a qualidade dos cuidados médicos e a segurança do paciente, diminuindo assim a possibilidade de litígios.

2. Anamnese Detalhada

Realizar uma anamnese minuciosa é essencial para um diagnóstico preciso e para documentar de maneira adequada todas as informações pertinentes ao paciente. 

Dessa forma, você consegue prevenir erros médicos e processos judiciais relacionados. 

Para auxiliar em sua anamnese, contar com um prontuário eletrônico é fundamental. Com ele, você tem os dados dos pacientes centralizados, seguros e disponíveis em poucos cliques. 

3. Prática de Atendimento Humanizado

Promover um atendimento que valorize o respeito, a empatia e a atenção ao paciente fortalece a relação médico-paciente. 

Além desse tipo de atendimento melhorar a experiência do paciente e a qualidade do diagnóstico, ele ainda reduzir a incidência de reclamações e processos.

4. Documentação Completa no Prontuário Médico

Manter prontuários médicos detalhados e atualizados é crucial para evidenciar a qualidade e a adequação dos cuidados prestados. 

Afinal, esse documento serve como defesa em potenciais processos judiciais. Com a tecnologia de um bom sistema médico, você conta com um prontuário seguro e prático para seus atendimentos. 

Com o prontuário eletrônico, também é possível a documentação fotográfica de procedimentos e exames. Essa é uma prática valiosa para comprovar a execução e a qualidade dos cuidados médicos prestados.

5. Presença de Acompanhantes Durante Exames e Procedimentos

Permitir acompanhantes durante exames e procedimentos pode ajudar a prevenir mal-entendidos e erros, além de servir como uma prova adicional da qualidade do atendimento.

6. Padronização de Procedimentos e Práticas

Estabelecer padrões claros para procedimentos, técnicas, equipamentos e duração das sessões ajuda a manter a consistência e qualidade do atendimento. Por isso, essa atitude também facilita a defesa em eventuais processos judiciais.

Nesse sentido, manter os registros organizados e acessíveis é vital para demonstrar o comprometimento com os mais altos padrões de cuidado.

7. Assessoria Jurídica Especializada

A consulta a advogados especializados em direito da saúde pode ser crucial tanto para a prevenção quanto para o gerenciamento de processos judiciais. Assim, é possível garantir a proteção dos direitos tanto dos profissionais quanto dos pacientes.

Em suma, todas essas práticas ajudam a prevenir ações judiciais, e contribuem para a melhoria contínua da qualidade dos serviços de saúde. 

Elas ainda fortalecem a relação de confiança com os pacientes, e são essenciais para que sua clínica alcance e mantenha o sucesso ao longo do tempo! 

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Richard Riviere

Especialista em Saúde Digital, CEO e Co-Fundador da Versatilis System, o sistema de gestão DEFINITIVO das clínicas do Brasil.

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