Agora, pressão 12 por 8 é pré-hipertensão. Nova diretriz traz metas mais rígidas e reforça prevenção contra doenças cardiovasculares.
O 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia lançou um documento elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) que mudou o risco na pressão arterial.
Agora, segundo as entidades, valores entre 12×8 e 13,9×8,9 exigem atenção especial. A intenção é reforçar a prevenção, já que nessa fase os médicos podem indicar mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, até iniciar tratamento medicamentoso.
A atualização segue a tendência internacional. Isso porque, em 2024, durante o Congresso Europeu de Cardiologia, os padrões europeus também passaram a considerar 12×8 como “pressão arterial elevada”.
Novas metas de tratamento
Mas além da reclassificação, o Brasil adotou um alvo mais rigoroso: manter a pressão abaixo de 13×8 (130/80 mmHg) para todos os pacientes hipertensos, independentemente da idade ou de outras doenças associadas.
O objetivo é reduzir riscos de complicações graves, como infarto, AVC e insuficiência renal.
Avaliação do risco cardiovascular
A diretriz também introduz o escore PREVENT, ferramenta que estima a probabilidade de um evento cardiovascular em dez anos. O cálculo leva em conta fatores como diabetes, colesterol alto, obesidade e danos já instalados em órgãos como rins e coração.
Assim, com o resultado, o profissional consegue adotar condutas mais intensas para quem está em risco alto ou muito alto. Tudo isso aproxima o cuidado da chamada medicina de precisão.
Impacto no SUS e na saúde feminina
Do mesmo modo, o documento dedica capítulos inéditos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às mulheres. No caso do SUS, o foco está em protocolos adaptados à rede pública, que atende cerca de 75% dos pacientes hipertensos.
Já no público feminino, as recomendações incluem monitoramento em fases de maior risco, como gestação, uso de anticoncepcionais e menopausa.
A importância da prevenção
A hipertensão atinge quase um terço da população adulta brasileira e é silenciosa, mas está entre as principais causas de morte por doenças cardiovasculares.
Com a nova diretriz, milhões de pessoas podem ser consideradas em risco. O desafio agora é garantir que essas orientações se transformem em prática clínica, tanto no setor público quanto no privado.
Saiba mais em: G1 Saúde.





